quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Demissões na Secom: um retrocesso na comunicação

Por Mário Flávio de Lima

Esse ano ministrei uma palestra no Fórum Caruaru Avança com Pernambuco. O tema em questão era o avanço da imprensa em Caruaru após a chegada dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda na cidade. Em determinado momento, foquei a criação da Secretaria de Comunicação Social, que conglomerava profissionais com vasta experiência de mercado e pagava salários dignos para a profissão. Na época, o prefeiro Zé Queiroz e o secretário Rui Lira estavam na plateia e ouviram atentamente o que proferi sobre a criação da Pasta.

A secretaria de Comunicação existe desde a época do prefeito Tony Gel, mas só foi efetivada mesmo após a volta de Zé Queiroz a prefeitura. Lembro-me que no início do governo foi um auê danado com a formação da equipe. O então secretário, André Lubambo, com autorização do prefeito fez propostas e muitas promessas, entre elas, a de que cada Jornalista iria receber as mínimas condições para desenvolver as atividades pertinentes à profissão. Na prática, pouca coisa aconteceu. Lubambo não durou nem um ano na Pasta e desde a saída dele que a Secom anda mal das pernas.

A demissão de ontem na Secom foi um retrocesso no sonho de termos uma imprensa cada vez mais profissional. Profissionais do quilate de Conceição Ricarte, Fernanda Sales, Jesiane Rocha e Roberto Franca foram demitidos e tratados como o enxugamento de gordura. Não me lembro de situação igual em nenhuma outra prefeitura, mas como parte dos secretários da atual gestão têm mania de perseguição da imprensa, o enxugamento da Secom pode nos fazer entender os motivos dessa decisão.

Segundo o Blog do Vanguarda, o atual secretário Rui Lira orientou os secretários, que agora terão que "se virar". Eles vão decidir se dão, ou não, entrevistas, não haverá mais cobertura dos eventos, a não ser quando o prefeito estiver presente e as informações serão concentradas no portal, que será alimentado por dois jornalistas que restaram na equipe.Uma situação lamentável, estamos na era da comunicação e a informação deveria ser prioridade para qualquer gestão moderna. Não estamos mais nos tempos das máquinas de datilografia.

Mas e o povo? Quando uma emissora de TV, Jornal, Rádio ou portal de notícia tenta obter uma resposta sobre algum problema é uma solicitação da comunidade. A imprensa é o mediador entre o poder público e o povo. Caso algum secretário não queira conceder a entrevista, a população vai ficar sem obter a resposta? Tomara que o prefeito Zé Queiroz use a sensibilidade, tão citada pelos secretários, para rever essa postura, até porque uma gestão que vinha sendo pautada no marketing forte das obras realizadas e planejadas pode ter a imagem enfraquecida em consequência da falta de valorização de quem realiza a divulgação dos fatos.

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